Pontapé no canto de uma boa noite
com os cotovelos firmes no balcão
e olhos prontos a serem fantasmas do Diabo.
Quem soprou o vento até aqui,
quem te sufoca de ar gramático
fecundou a velha mãe
com vinho marinho
e inventou a liberdade.
Por isso e só por isso pontapeias
as pernas das mesas
e afogas sereias?
Aqui ao lado das negras
vagas irlandesas
no nascer do dia
pela luz da divina fechadura
recordo-me de ti
numa praia
quase nua
da Jamaica sem mágoa e quase triste e sem rum
vamos como um polvo sem tinta
rindo ao som do nº3,
embora seja noite
e as estrelas pensem
em ficar coladas ao céu.
Também não,
mudos, os tornozelos.
Medos, nem todos,
os persas.
Azul, em parte,
o gin, em parte,
a sarda.
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