sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Até quando
o tempo nos manterá verdes?
Diz-me ao ouvido,
tu que és dourada.

A boca quer sementes,
os pulmões exigem ceifa.

A vista deseja o fruto,
O coração pede gomos.

Dá o teu peito liso
aos seixos da minha seara
para que eles chiem baixinho
junto ao berço das ondas,
junto à campa das palavras.

Dá-o a mim
como  uma  vindima
de figos
leitosa.

Quero ouvi-lo quase assim
bebido em vinho
bebido em esterco
bebido em prosa.

1 comentário:

  1. Esta é a primeira visita. Devem, depois do poema que vi!li!senti!, acontecer outras. Espero passar por aqui para entreter o pensamento, na marmelada dos sentidos! Citando o poeta, «A vista deseja o fruto/ o coração pede gomos».

    ResponderEliminar